terça-feira, 17 de julho de 2012

Micróbio Apaixonado

Micróbio Apaixonado


Ana, dexa eu ti amá,
Eu faço de um tudo pra ti alegrá
Ana, dexa eu ti amá,
Eu paro com tudo que tem que pará.
Ana, dexa eu ti amá,
Eu dexo a vadiage e vô trabaiá.
Ana, dexa eu ti amá.
Sei que ocê num é interessera,
Se não eu ia enricá,
Mais vô comprá um motocicleta
Só pra nois passeá.
Ana, dexa eu ti amá,
Eu tomo banho, troco de roupa,
Limpo os pioio, (vão ficá limpinho)
Vô até perfumá
Ana, dexa eu ti amá,
Eu aprendo falá dereito
Se ocê me escuta.
Ana, dexa ama-la; A mala?!
Eu carrego pra você. (na ida)
Ana, dexa amar-te; A marte?!
Ou qualqué planeta!
Ana, dexa eu ti amá,.
Num sei mais nem o que falá,
Ana, pufavô, pelamô,
Dexa, vai?
Só um pouquinho ...

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"

Video: Microbio Apaixonado Maurício Carvalho Marques


Revolta - pra Você Voltar

Revolta

Rê,
Quando você foi embora,
me encheu de revolta.
Rê, volta!


                                                   Pra você voltar
Quando você voltar,
Ah, Quando você voltar...
Vou ficar tão contente,
Que de alegria vou cantar,
Vou pular, vou dançar,
Vou gritar, e vou chorar.
Quando você voltar.
Ah, quando você voltar...
Vou ficar doidinho
Vou subir na laje
E gritar pros vizinhos:
-Disseram que ela não voltaria
Viram? Estavam enganados
Porque ela voltou.
Quando você voltar,
Ah, quando você voltar...
Vou preparar uma comida gostosa
Vou enfeitar a casa com rosas
Vou fazer ginástica
Vou melhorar a plástica
Vou dar banho no cachorro
E espalhar pra todo o morro:
Ela voltou!
Quando você voltar,
Ah quando você voltar...
Mas, você não voltará.

Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"

Cachorro Atropelado


Cachorro Atropelado

Eu vi um cachorro estirado na pista
Alguém disse que era turista
Outro falou que era artista
Obrigado a ser trapezista
Por isso fugi do canil.
Ele queria, era ser cantor
Quando chegou ao Brasil.
Tinha pedigree de pastor
Herança do seu bisavô
Um cão comunista.
Cachorro tem alma, não
Rezou o padre cristão
Discordou o monge budista
Falando
em reencarna-cão.
Ele Estava
na contra pata
Diagnóstico do ortopedista
Ou era legista?
Que ele era daltônico
Falou o oculista.
Desobedeceu a sinaliza-cão
Afirmou o bom motorista.
Caso de homicídio
Suspeitou a polícia
Chamando a perícia.
Suspeita de suicídio
Escreveu o jornalista.
Dando a notícia
Jornal sensacionalista.
Ele estava drogado
Acusou o cara de fogo
De fogo paulista
Que vivia chapado.
Me desculpando, retruquei:
Escrevi de careta.
E no sinal, pra rimar
Me mandei de lambreta.

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"


Dos Lobos - da Mediocridade - A minha Opinião

Lobos e Pastores

Nos dias atuais, os lobos estão mais espertos.
Invés de se camuflarem com peles de cordeiros,
Disfarçam-se em vestes de pastores.

Da Mediocridade

Seja medíocre e imbecil. Isso mesmo!
Desempenhe bem o papel que o mundo te destinou,
capaz até que receba aplauso, afinal em um mundo
onde a mediocridade impera, a imbecilidade
costumeiramente é aplaudida.

A Minha Opinião.

A minha opinião não é mais, nem menos importante que a sua opinião. Ela é apenas a minha opinião.  Isso, na minha opinião.

Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"




Ok doutor, você venceu ...

OK Doutor, você venceu ...      
       Ok, doutor, o senhor venceu. A Utopia não se realizará.
       Dou-me por vencido... Que força teria qualquer argumento meu diante da prova cabal e fulminante que vossa senhoria me apresenta, o dicionário aberto na página onde a palavra utopia encontra-se grafada. Utopia, projeto irrealizável, fantasia, quimera, etc.
       Sim, doutor, eu estava enganado quando afirmei acreditar na realização da Utopia.
       Como fui tolo e incoerente em acreditar que algo intangível e inatingível pudesse ser alcançado.
       Parabéns, doutor! Como um advogado, o senhor abriu o dicionário, como se este fosse a carta magna e brilhantemente impetrou um mandado de segurança contra a instauração da Utopia.
       Provando que morfologicamente a etimologia contraria a dialética, conferindo a Utopia um caráter totalmente inconstitucional.
       Eu até pensei que poderia convencê-lo ao citar Aldous Huxley em seu comentário sobre o Admirável Mundo Novo, quando ele diz que “O medo da humanidade é que as Utopias se realizam”.
É claro que se Aldous conversasse com vossa senhoria, teria que rever o seu conceito e até mesmo que se retratar por ter dado à palavra utopia um sentido representativo da soma dos anseios e aspirações individuais. A ampliação para o coletivo dos ideais mais românticos e menos egoístas.
A vontade e motivação maior da alma humana resplandecida e verbalizada em um som, inaudível àqueles que insistem em tapar os ouvidos, mas, ecoando num canto de chamamento, convidando à felicidade todos os povos, reunindo-os em uma única nação, onde tremula desfraldada no horizonte a bandeira da paz e do amor maior; epa, desculpe-me, doutor,  acho que agora viajei um pouquinho além,...Mas, buscando expressar-me de uma maneira mais racional, conforme vossa senhoria deve preferir; aquilo que Carl Jung denominou como “Inconsciente Coletivo”.
Ok, doutor, o senhor venceu, a Utopia não se realizará, porque, se ousar contrariar a gramática, será condenada a desaparecer das mentes e espíritos ao desintegrar, fragmentando-se e incorporando-se ao mundo que chamamos realidade. Assim como os nossos sonhos que deixam de ser sonhos quando se realizam; aquilo que um dia foi considerado utópico, como as viagens espaciais, a comunicação a distancia, o computador, a clonagem, enfim, isso e muito mais, hoje em dia não passam de simples questões tecnológicas. Nem ao menos realismo fantástico pode ser considerado.
       Pois é, doutor, mas o senhor jamais se deixaria convencer por balelas, quimeras sofismáticas, não é mesmo, doutor?
       Ok, doutor, mas, por favor, permita-me ao menos em consideração à bravura com a qual debati defendendo a utopia (que não existe), continuar vibrando e conspirando favoravelmente pela realização dos ideais mais altruístas dos homens, pelo menos os de boa vontade.
       O desejo de um mundo novo alicerçado nos mais nobres valores de justiça e liberdade. Um mundo onde a exploração do homem pelo homem não ocorra, simplesmente por este ser um comportamento desumano.
       Onde todos, sem distinção, são iguais em direitos e oportunidades e o  valor  individual   avaliado   apenas   pela     maior    ou    menor   capacidade     para     servir  (independente da conta bancária). Um lugar onde as leis pudessem ser traduzidas em simples recomendações, como: O respeito à natureza e tudo que exista nela em especial o respeito próprio e ao semelhante. Um lugar onde as competições tenham como único objetivo á auto-superação física, mental, artística, cultural e produtiva.
       Uma terra onde todos os seus pomares, suas roças, seus mananciais e riquezas sejam comuns a todos.
       Bem, doutor, ainda me resta o consolo da promessa da terra prometida habitada por seres verdadeiramente humanos.
       É, doutor, o senhor pode até dizer que sou um sonhador, mas vai se preparando..., Porque como disse John Lennon, eu já não sou o único...
       Ok, doutor, mas pensando melhor, vá à merda com seus falsos valores e com a sua falsa descrença no potencial humano de se auto-governar.
       Vá à merda com aquela sua falsa idéia de que o homem só funciona sendo submetido, e que alguns nasceram para serem senhores, enquanto a maioria quase absoluta nasceu para ser escravo...
       Caro doutor. é perfeitamente compreensível a sua postura. Vossa Senhoria defende os seus falsos valores, numa tentativa inútil de neles acreditar. E assim justificar sua condição de homem rico, sem nenhuma contrapartida produtiva. Em um país, onde aqueles que têm trabalho; trabalham tanto por tão pouco, imagino o sentimento de culpa que carregam aqueles que possuem tanto sem nada produzir, culpa esta, a responsável pelas neuroses dos teomaníacos burgueses.
       Ainda mais no seu caso, que o dinheiro foi herança do pai, um político, que fez em sua vida pública o que todos nós fazemos melhor na privada,  e  cujos  vencimentos recebidos, nem de longe justificaria a fortuna que  acumulou e lhe deixou, deixando também o legado de sua má índole e neuroses egocêntricas.
       Assim sendo, doutor, os sonhos de justiça dos oprimidos e vítimas da exploração, são também, os pesadelos dos opressores e exploradores que sempre encontrarão dispositivos legais ou não, valendo-se até mesmo do dicionário, se for preciso, para impedir a Utopia.
       Doutor, pra você, melhor nem pensar que o equilíbrio individual implica no equilíbrio coletivo e que o equilíbrio coletivo é reflexo do equilíbrio individual, porque isso implicaria em responsabilidades, não é mesmo doutor?
       Ok, você venceu, mas a Utopia se realizará, sim! E se o senhor seu avô fosse estéril ou simplesmente tivesse sido castrado antes de procriar, com toda a certeza, ela estaria um pouco mais próxima!

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"


Mandala Girassol

Mandala Girassol

Girassol
Girador.
Girassol
 minha flor.
Gira
Girassol.
Gira, Gira,
Gira o Céu,
Gira o Sol,
 Gira a Lua
Gira a Terra,
 Gira o Mar
Giram Estrelas,
Gira (e faz girar)
Gira eu,
 Gira você
Giram eles,
Giramos nós
Desatando os “nós”
Gira Girassol Girador
Gira, Gira
Gira a roda do meu amor.
Gira
Gira Tempo,
Gira Espaço
Gira pensamento,
Gira Mundo
Gira momento
E, num segundo
Desfaz o laço.
Gira, Gira só
Gira    
Girassol

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"

O meu Inferno

O meu Inferno

O meu inferno é um deserto,
Escaldante de dia e gelado à noite.
Quando estou no meu deserto;
Ah ... Quando estou no meu deserto.
Queimo e ardo de calor e de frio,
Consumindo a solidão
Que me consome.
Quando estou no meu inferno;
Ah quando estou no meu inferno.
Deserto querendo o mar
Decerto querendo amar.

Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"





Menino de Capela

Menino de Capela

Sou menino de Capela
Capelino
E, aqui estou.
De Capela parti
Querendo não ir.
Capela deixei
Querendo ficar.
E, agora aqui estou
Lembrando do pássaro
Que me bicou, feri,
E me cantou:
Isso não passará!
E, agora aqui estou
Bem-te-vi vem cantar
Que pra Capela regressarei
E o pássaro que me bicou e feri,
Colado ao meu peito cantará:
Tudo passou.

Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"

Cavalo no Aquário

Cavalo no Aquário

Cavalo Marinho
No aquário sozinho.
Longe vai
Cavalgadas livres
Em campos verdes-mares
Sem cercas nem limites
Pra cavalgar.
Cavalo Marinho
No aquário sozinho.
Liberdade
Cavalgada livre
De cavalo marinho.

Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"



Sonhos de Padaria

Sonhos de Padaria

Balconista, por favor
Um sonho pequeno
De creme.
Me lembrou Ana Clara
Sonho de Creme
Hum... Que delícia!
Ana Clara me falou:
Você é imaturo, inseguro
E, não quer crescer.
Vê se cresce, desaparece
E me esquece.
Sonhos pequenos de padaria...
Hum... Que delícia!
Balconista, por favor
Mais um sonho pequeno
De chocolate.
Me lembrou Ana Preta
Sonho de chocolate
Hum... Que delícia!
Ana Preta me falou,
Não, ela não disse nada
E de nada reclamou
Mas ficou só um pouquinho...
Sonhos pequenos de padaria...
Hum... Que delícia!
Balconista, por favor
Outro sonho pequeno
De doce de leite.
Me lembrou Ambrosina
Sonho de doce de leite
Hum... Que delícia!
Ambrosina me aceitou
Mas impôs condição.
Então eu descobri
Em  mim quem manda
É o coração.
Sonhos pequenos de padaria...
Hum... Que delícia!
Balconista, por favor
Um Sonho Grande pra viagem.
Hum... Tem de Morango com Calda de Ameixa?!?

Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"

Pequena Cronica de Sentimentos

Pequena Crônica de Sentimentos

Tristeza e Solidão, não são boas companhias. Suas presenças fazem-me sentir triste e solitário.
Mas, o que posso eu fazer se depois que o amor se foi, as duas invadiram e se apossaram da casa, que já nem sei se ainda é a minha casa.
- Toc, toc, toc, .... – Ouço bater na janela.
Aproximo-me preocupado, e desconfiado, pergunto:
- Quem está batendo?
- Sou eu, Amor, abra a janela!
Incrédulo e tremulo, colo o ouvido na janela e murmuro:
- Amor!? Você voltou?
- Sim, estou aqui na janela porque Mágoa esta na porta pra impedir que eu entre e também a você de sair. Por favor, abra a janela pra que eu possa entrar!
Medo, o  outro   companheiro  de  quem   eu   não  falei porque já o considerava ausente.  Mas, também, pudera sempre  escondidinho!  Mas, agora se fez presente, e hesitante respondo:
- Não, eu não posso. Essa casa está velha e desarrumada, e seus moradores não querem receber visitas que possam considerar inoportunas.
O Amor insiste:
- Sendo assim, essa casa não é boa pra você morar. Saia e vamos embora comigo. Porém, essa é uma decisão unicamente sua.    Posso convidá-lo a me seguir, mas, não poderei levá-lo se você não me permitir.
Penso no Medo, em Tristeza, em Solidão; e também em Mágoa,  sempre   ali    na  porta     estirada   como   uma poça de uma  má água que corre no peito feito um rio sem leito e não deságua.
E, sentindo uma enorme pena desses sentimentos que há muito me acompanham, tomo a decisão:
- Medo, Tristeza e Solidão, estou indo embora. Fiquem com a casa, fiquem com tudo. Criei asas pra sobrevoar o mundo. Mágoa, por favor, não me impeça de sair e seguir o meu amor.

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"

Barco de Ilusão

Barco de Ilusões


Durante muito tempo naveguei pelos mares da vida, num barco de ilusões.
Um barco sem remos, nem proa, à deriva, com a única finalidade de fugir das tempestades de tédios e calmarias de ansiedades.
E, por navegar à deriva, foram tantas as vezes que cheguei despedaçado em ilhotas perdidas nos oceanos da vida real.
E, aí, as náuseas e enjôos que eu não sentia no barco imaginário, agora eram insuportáveis, e não me restava outra alternativa que não fosse o barco de ilusões.
Os naufrágios se seguiam sucessivamente, ora causados por icebergues de tristezas, ora pela insanidade de um marinheiro perdido num mar de angústias, ora pela fragilidade da embarcação, construída em fantasias.
A cada viagem, um naufrágio, e a cada naufrágio, mesmo despedaçado, uma nova viagem. Sem rotas estabelecidas, sem ao menos uma estrela para me guiar, “porque viajar era preciso, viver sem viajar não precisava.
Quantos tripulantes sucumbiram, outros tantos obrigados a embarcar um navio cheio de grades rumo ao porto chamado liberdade.
A cada dia este marujo se tornava mais marcado, as viagens agora compulsivas, e as paisagens, já não mais coloridas, e sim, cinza-fúnebre.
E, à deriva só restava aguardar o naufrágio final que redimiria,  visto que as águas vivas,  haviam queimado e feito arder minha alma a tal ponto que não via mais saída pois as marcas eram profundas, e as seqüelas visíveis.
Até que num novo choque com alguma embarcação que encalha os encalhados, quando estava prestes a me atirar, eis que no horizonte me surge uma luz. No início um tanto opaca, mas seu brilho foi aumentando, aumentando, e iluminou meu coração.
Era a luz de Deus. Do Deus dos desgraçados, dos marinheiros desgarrados, dos náufragos despedaçados.
Esta luz tão intensa, hoje é a luz que me guia, não nos mares revoltos dos pesadelos das drogas e do álcool, mas sim em terra firme. Troquei o barco de ilusões por um de dignidade, construído não de fantasias, mas sim de amor a Deus, a mim e a todos os navegantes.



Maurício Carvalho Marques, em “Barco de Ilusões”


Ana Let it Be

Ana Let it Be

Ana, deixa pra lá,
Na há motivos pra se explicar.
Ana, deixa pra lá,
Não vale a pena se aporrinhar.
Ana, deixa pra lá,
Pra que tanto blá, blá, blá...
Ana, deixa pra lá.
Em que importa
De quem é a culpa
Do estrago.
Tanto faz o algoz
Se tudo jaz.
Ana, deixa pra lá.
Medos, culpas, ausências,
Ciúmes, relação, pára!
Ana, deixa pra lá.
Racionalizar o que é pra ser sentido
É mastigar o que é pra ser bebido.
Ana, deixa pra lá.
Beijos nas crianças, e
Um abraço no marido.
Diga-lhe que sou agradecido
E que ele é um grande cara
Por te aturar.

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"


Coração Amador

Coração Amador

O meu coração ama tanta gente;
Mas, tanta gente,...
Que a minha mente, confusa;
Ressente, e com ele implica:
Coração vadio, sem brio
De ser amador.
Coração Amador
Como disse o poeta.
Um poeta amador.
Mas, ele não se importa.
E, se até a dor ele ama;
Segue em frente, vai indo,
Batendo, pulando,
Dançando, sorrindo,
Segue, vai indo...
Às vezes chorando.
Vai indo, vai indo...
Amando.

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"



Mulher Negra de Alma Negra

Mulher Negra de Alma Negra

Mulher Negra de Alma Negra;
Diga-me, por favor:
Qual é a cor da luz?
Se é que luz tem cor.
Mulher Negra de Alma Negra;
Por favor, responda-me:
Que cheiro tem o amor?
Ele produz algum som?
E qual é a cor
Do som, do cheiro, e do amor?
 Mulher Negra de Alma Negra;
Quando ouço a tua voz,
Ou sinto o teu cheiro,
Posso afirmar sem engano:
O amor é da cor da sua cor,
Misturada ao azul-oceano.
Mulher Negra de Alma Negra;
Rabisquei esses versos,
Só pra dizer: baby I love you!

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"

Você meu Amor

Você meu amor

Do meu jardim,
Você é a flor.
Da minha alma,
Você é a calma
Do meu desejo,
Você é o querer.
Da minha vida
Você é o viver.
Você meu amor.
O que é um jardim sem flor?
O que é a vida sem o viver?
O que é o desejo sem o querer?
Quem sou eu sem ter você.
Você, meu amor.

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"







Mais Um

+ l

A minha poesia
Esta no bares, nos lares,
Nas escolas,
Nos barracos da favela;
Sou mais um poeta da periferia.
Também se encontra em bangalôs
E redutos da burguesia.
Não faz distinção de classe social,
Raça ou Religião.
Busca apenas corações
Onde habita a poesia.
Sou + l da Sul
Sou Cooperifa (Sem escadas)
No bar B Binho.
Sou Maloquerista na Calixto.
Troco os Lixos
Com Erton-Urso de Moraes.
Na Benedito estou na praça e na raça do Stoker.
Na Madalena,
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao mundo meu.
Pira play boy
Pira play girl.
E lá na quebrada
Tenho sempre uma Mandala
Girassol
Pra mina de fé.
E pro mano firmeza em sintonia
Um Barco de Ilusões
Rumo ao porto poesia.
Sou, sou sim
Sou Guerreiro
Linha de frente
Combatente
Pela revolução
Da Clara Consciência clara.
A minha arma
A poesia.
Sou, sou sim
Sou Maurício Marques
+ um poeta da periferia.

Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"

Video:  poeta Maurício Marques